Cerca de 150 pessoas estiveram presentes no 1º Seminário Ibiramense sobre Autismo, realizado na noite de quinta-feira, 15, na Sociedade Desportiva União. O encontro foi conduzido pela neuropediatra, Liara Bohnert que abordou o tema: Dificuldade escolar na criança com Transtorno do Espectro Autista. Já a neuropsicopedagoga, Elizângela do Espírito Santo, trouxe como tema: O Autismo um propósito de amor.
De acordo com a secretária de Saúde de Ibirama, Izabel Petersen, o evento teve como principal objetivo trazer esclarecimentos a profissionais de saúde, de educação e pais de crianças com algum transtorno. “O Transtorno do Espectro Autista é um problema cada vez mais evidente na sociedade. Além de ir em busca de melhores condições de tratamento, é fundamental que possamos ofertar a sociedade momentos como estes, de esclarecimentos, para que todos saibam como lidar melhor com o tema”, destacou.
Andreia Mara dos Santos é mãe de duas crianças com autismo. Ela revelou que a falta de conhecimento por parte da sociedade é uma grande dificuldade para famílias que enfrentam o problema. “Este evento é muito importante para as pessoas entenderem um pouquinho mais sobre a realidade que a gente vive. Às vezes somos julgados, olham pra gente e acham que as crianças são birrentas, ou mal-educadas, o que não é o caso”, desabafou.
A neuropediatra, Liara Bohnert, explica que a identificação precoce do autismo é fundamental para o tratamento mais assertivo. Segundo ela, o autismo é um transtorno no neurodesenvolvimento e os sintomas surgirão até os 3 anos de idade. “Um prejuízo sensorial, alimentação seletiva, hipersensibilidade auditiva, problemas de comunicação e crianças que tem um comportamento repetitivo. O Transtorno do Espectro Autista não é uma doença, mas uma condição. A gente não consegue curar, mas ajudar essas crianças nos comprometimentos que elas têm”, destacou.
Já a neuropsicopedagoga, Elizângela do Espírito Santo, explica que cada criança é única e exige tratamentos diferenciados. “Com cada criança temos uma forma de trabalhar, uma forma de manejar. Quando descobrimos precocemente esse diagnóstico, conseguimos trabalhar de melhor maneira as diferenças de cada um nas terapias, para o melhor desenvolvimento dessas crianças”, explicou.
De acordo com dados apresentados pela Secretaria de Saúde, atualmente são atendidas cerca de 150 crianças com algum tipo de transtorno. Estas questões também atingem diretamente a rede municipal de ensino, que vem fazendo movimentos para acolher, atender e orientar a comunidade. Um relatório atualizado pela equipe multiprofissional da Secretaria de Educação aponta que 167 estudantes possuem algum tipo de deficiência ou transtorno do neurodesenvolvimento.
Também estiveram presentes no evento, representantes da Associação de Amigos do Autista (AMA), que está em processo de fundação no município.
O 1º Seminário Ibiramense sobre Autismo é uma realização da Prefeitura de Ibirama, por meio da Secretaria de Saúde.
Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Ibirama
Texto e fotos: Rafael Beling - Jornalista SC 03532-JP